O Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência, principalmente na região nordeste do Brasil. Hoje, a cultura afro-brasileira é resultado também das influências dos portugueses e indígenas, que se manifestam na música, religião e culinária.
Devido à quantidade de escravos
recebidos e também pela migração interna destes, os estados de Maranhão,
Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados.
No início do século XIX, as
manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos, pois não faziam
parte do universo cultural europeu e não representavam sua prosperidade. Eram
vistas como retrato de uma cultura atrasada. Mas, a partir do século XX,
começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente
nacionais e hoje fazem parte do calendário nacional com muitas influências no
dia a dia de todos os brasileiros. http://educarencantando.blogspot.com.br/2009_06_01_archive.html
Principais Influencias
Música
A principal influência da música
africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba. O estilo hoje é o cartão-postal
musical do país e está envolvido na maioria das ações culturais da atualidade.
Gerou também diversos sub-gêneros e dita o ritmo da maior festa popular
brasileirao Carnaval.
Mas os tambores de África trouxeram
também outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na cultura
musical brasileira vai do Maracatu à Congada,
Cavalhada e Moçambique. Sons e ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de
ponta a ponta.
·
O samba é a principal influência da cultura africana e cartão-postal
musical do Brasil
Capoeira
Inicialmente desenvolvida para ser uma
defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que eram
capturados e voltavam aos engenhos. Os movimentos de luta foram adaptados às
cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim
que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.
Durante décadas, a capoeira foi
proibida no Brasil. A liberação da prática aconteceu apenas na década de 1930,
quando uma variação (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi
apresentada ao então presidente Getúlio Vargas, em 1953, pelo Mestre Bimba. O
presidente adorou e a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”.
Religião
A África é o continente com mais
religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e
rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas. Na época da escravidão,
os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo.
Porém, a conversão não tinha efeito prático e as religiões de origem africana
continuaram a ser praticadas secretamente em espaços afastados nas florestas e
quilombos.
Na África, o culto tinha um caráter
familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. Com a
vinda ao Brasil e a separação das famílias, nações e etnias, essa
estrutura se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade e partilharam cultos
e conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e
cultura.
As religiões afro-brasileiras
constituem um fenômeno relativamente recente na história religiosa do Brasil. O
Candomblé, a mais tradicional e africana dessas religiões, se originou no
Nordeste. Nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras
em geral. Com raízes africanas, a Umbanda também se popularizou entre os
brasileiros. Agrupando práticas de vários credos, entre eles o catolicismo, a
Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no início do século 20.
Culinária
Outra grande contribuição da cultura
africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá,
sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são
iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.
Mas nenhuma receita se
iguala em popularidade à feijoada. Originada das senzalas, era feita das sobras
de carnes que os senhores de engenhos não comiam. Enquanto as partes mais
nobres iam para a mesa dos seus donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e
outras partes dos porcos, que misturadas com feijão preto e cozidas em um
grande caldeirão, deram origem a um dos pratos mais saborosos e degustados da culinária.
DARLYANA OLIVEIRA LOURENÇO
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